O pecado

”No dia em que comerdes este fruto, nesse dia, morrereis”. Dizia, em alusão ao mito do pecado original, o personagem da Morte numa das falas de O Lavrador da Boémia de Johannes Von Saaz. O texto esteve na origem do espetáculo Letra M. Lembrei-me desta fala ontem durante o concerto magnífico que o duo Le Celesti Harmonie deu na Igreja dos Salesianos. O ambiente era favorável a estes pensamentos...
De facto, o prazer de ouvir Paolo Pandolfo e Guido Balestracci afigura-se tão grande que é um sentimento de pecado que nos parece invadir. Um pecado duplo, o nosso, cometido ali à frente de todos (e numa igreja ainda por cima!), e o do duo, que também não esconde o prazer que tem em partilhar connosco estas celestes harmonias. 
Harmonias forjadas por François Couperin, M. de Sainte-Colombe, Captain Tobias Hume e Christoph Schaffrath, entre outros,  oferecidas por Le Celesti Harmonie para deleite e prolongada satisfação dos nossos sentidos. Numa demonstração cabal de que é totalmente verdadeira a frase de Hubert Le Blanc: “só há uma coisa mais maravilhosa do que escutar uma viola da gamba: é escutar duas.”

O fruto está comido! 

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