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A mostrar mensagens de outubro, 2009

A poesia do aço contra a força de Hades

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João Vieira Estreou no passado dia 7 mais uma produção do Teatro da Rainha, companhia com a qual colaboro vai para 30 anos. A nova peça intitula-se “Letra M” e baseia-se num texto de há cerca de 600 anos, chamado “O Lavrador da Boémia” de autoria de Johannes Von Saatz . O texto, escrito após a morte da mulher do autor, é um extenso e esmagador diálogo entre um Lavrador e a Morte. A perda da mulher leva o  Lavrador a desafiar a Morte, exigindo-lhe explicações. O que poderá alguma vez justificar a dor que lhe foi por ela causada? Como escreve, numa nota sobre o espectáculo, o encenador e meu especial amigo Fernando Mora Ramos, trata-se de uma reflexão em forma de diálogo “sobre um desejo de eternidade utópico que persegue o homem desde os primórdios da razão.” No confronto entre a Morte e o Lavrador, sou manifestamente seduzido pela Morte. A sua postura, o carácter implacável e a natureza irrefutável dos seus argumentos seduzem-me bem mais que a lamechice do Lavrador, “figura